A VISITA DE EDSON

Já dizia o velho ditado popular, que entre o céu e a terra, existem muitos mistérios que a nossa vã filosofia desconhece, e isso se reflete na história que passo a contar.

Há quase 20 anos, o meu padrasto Edson, partia para o plano superior, vítima de derrame cerebral.
Edson que era capitão-médico do Exército Brasileiro, sempre foi um apaixonado de carteirinha por minha mãe, desde o primeiro momento em que ele a viu em janeiro de 1982, no hospital do exército daqui de Porto Velho, quando a mesma era enfermeira e ele o Diretor daquela unidade hospitalar, e anos depois eles resolveram que já era hora de morarem juntos.
Ele sempre dizia que nem a morte faria ele deixar de amá-la.

Essa união findou carnalmente no dia 03 de abril de 1990, digo carnalmente, porque após um mês do seu falecimento, coisas estranhas começaram a acontecer na nossa casa, do tipo: apagar e acender as luzes da casa durante a madrugada, abrir e fechar a porta da geladeira e destampar as panelas do fogão, sem contar que sempre tínhamos a impressão que estávamos sendo observados.

Na noite do domingo de carnaval de 1991, eu estava em casa, na companhia de minha irmã e do meu irmão mais novo (hoje falecido também), que na época tinha apenas 01 para 02 anos.
Nessa noite, minha irmã como de costume, colocou o meu irmão para dormir após tomar a sua mamadeira.
Mais ou menos duas horas depois, escutamos o meu irmão sorrindo e falando com alguém, no seu linguajar materno-infantil.
Mais quem estaria conversando com o meu irmão, se só havia nós três em casa?

Após várias vezes ouvindo aquela conversa vinda do quarto dele, eu e minha irmã resolvemos ir ver o que estava acontecendo e lá chegando, encontramos o meu irmão sentado na sua cama rindo e conversando aparentemente com “ninguém”, pois nós não víamos nada, além dele no quarto.
Após perguntarmos ao meu irmão com quem ele falava, e ele disse que era com o tio e apontava para o canto do quarto, mais que tio era esse?.
Meu irmão disse na ocasião que o tio brincava com ele e fazia-lhe alguns carinhos.
Rapidamente pegamos o meu irmão do quarto e o levamos para a sala junto de nós.

No outro dia, peguei o álbum de família daqui de casa e fui mostrar ao meu irmão, quando ele prontamente colocou o seu dedo em cima da foto do meu padrasto Edson.
Então lhe perguntei quem era o homem da foto, e ele disse que era o tio que vinha brincar com ele quase que todas as noites, acordando o meu irmão em muitas das vezes.
Isso se repetiu por um mês até que minha mãe resolveu que o meu irmão iria dormir no quarto com ela, e desde então, nunca mais ele viu mais o Edson.
Anos se passaram e o meu irmão veio a falecer aos 17 anos de idade, vitimado por um câncer em fevereiro de 2007.

Em janeiro do mesmo ano do falecimento do meu irmão, veio ao mundo o Paulo Henrique, o terceiro filho do meu primo, que hoje é o meu futuro afilhado.
Paulinho como é chamado por nós da família, veio dormir algumas vezes aqui em casa em dezembro de 2009, e como era uma criança de 02 anos, minha mãe colocou ele para dormir no quarto com ela e mais a minha irmã.
Paulinho passou dois dias aqui em casa e ao retornar a sua casa, falou em uma de suas conversas com os seus pais, que à noite viu um homem que falou com ele.
Após indagado pelo seus pais que homem era esse, ele disse que era um “poliça” (segundo linguajar do meu primo-afilhado, poliça é policial), Paulinho ainda disse mais, que o poliça tinha bigode e disse a ele que era o namorado da tia Teca (apelido familiar de minha mãe).
Após passado alguns dias, Paulinho veio dormir aqui em casa de novo, e novamente ele relatou que o poliça veio falar com ele, na hora em que todos estavam dormindo e que sempre ficava ao lado da cama de minha mãe, como quem estava velando o sono dela.
Desde então, nunca mais Paulinho quis vir dormir aqui em casa, sempre que o convidamos ele diz que não e logo fica meio tristonho.

Caros amigos leitores, será que a alma de Edson ainda continua na nossa casa, desde o tempo em que ele parecia para o meu hoje falecido irmão?
O meu padrasto tinha de fato bigode como afirmou o Paulinho, que hoje está com 03 anos de idade e nunca conheceu o meu padrasto, nem tão pouco viu alguma foto dele.
Enfim, como disse no começo desse relato, a muitos mistérios entre o céu e a terra, que a nossa vã filosofia desconhece.

 

 

Arlan Argôlo – Porto Velho - RO - Brasil

 

 

 

 

 

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